terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Amityville | Jay Anson - Ela





Foto: por @tipocoelhos
Amityville
Autor: Jay Anson
Editora: Darkside
Edição: 2016/240p.



Uau!
Fazia tempo que eu não pegava pra ler um livro de uma tacada só, e foi o que aconteceu nesse domingo lendo "Amityville" de tão empolgada que fiquei.
Eu sempre gostei muito de terror e, como ja citei quando fiz a resenha do Demonologista, que pode ser lida aqui , depois de véia fui ficando medrosa. Quando ganhei esse livro do André fiquei com receio de ficar muito impressionada mas resolvi ler mesmo assim.

O livro me ganhou de cara. Logo a princípio tem um prefácio escrito por um reverendo falando sobgre os tipos de análises que podem ser feitas quando se depara com histórias desse tipo: científica, religiosa ou imparcial, mas que independente do que você achar "O sábio sabe que ele não sabe e - o prudente respeita o que ele não controla". Show.

Daí começamos com o livro que é basicamente um documentário romanceado do que aconteceu com a família Lutz, que morou na casa de Amityville por 28 dias - quando saiu às pressas, deixando todos seus pertences para traz, para nunca mais voltar.

Fato real - em 1974 A casa de Amityville foi palco de um acontecimento macabro: o filho mais velho, Ronald DeFeo, em uma noite de tempestade, matou toda a família - mãe, pai, 2 irmãos e 2 irmãs a tiros de alto calibre e de forma metódica. Ele disse que vozes disseram para ele fazer aquilo. Depois de descartada a possibilidade de ser louco, foi condenado a 6 prisões perpétuas.

Caerca de um ano depois a família Lutz se mudou para o local, indiferente às superstições que rolava sobre a casa e sobre o assassinato, apenas felizes por ter uma bela casa por um ótimo preço.

O livro narra o que acontece na casa durante os próximos 28 dias. Não vou dar spoiler mas acho que fica claro que são coisas assustadoras,  bem assustadoras.

O que eu gostei muito no livro é que ele me deixou bem tensa e ansiosa do começo ao fim, tanto que queria acabar logo ele para ver como a história ia acabar, mas em momento algum fiquei com aquele medo perturbador, então foi um terror "saudável" de se ler, embora as coisas que aconteçam sejam incômodas por não terem explicações definidas (o surreal nunca tem). O desconhecido é sempre o que nos deixa com mais medo.

Embora o livro seja a transcrição do que os moradores da casa relataram, fielmente, o que eu gostei muito no livro e o epílogo feito pelo escritor do livro deixa bem claro é que em momento algum eles tentam te convencer que o que aconteceu com a família seja uma verdade absoluta.
Ele te conta a história, explica alguns fatos e deixa você a vontade para tirar suas próprias conclusões se aquilo aconteceu mesmo ou se foi alucinação dos moradores da casa, que por diversas vezes chegaram a questionar a própria sanidade.

Pra quem é fã de assuntos paranormais, no fim fala brevemente sobre uma visita do casal Warren feita à casa e a impressão que tiveram. 

Se alguém aqui ja assistiu ao filme de nome "Horror em Amityville", a história é bem parecida mas vale a pena ler pq o desfecho é um pouco diferente e, como sempre, o livro é bem melhor que o filme, mas não estragou o filme pra mim não, que ainda é um dos meus favoritos de terror.

Eu ja gostava da história por causa do filme e por causa das questões que ficaram no ar sobre o assassinato original e que ja tinha pesquisado antes (pra não dormir direito depois, sim) e que não vou contar aqui pra não ficar um post muito macabro e, gostei ainda mais do livro!

Sobre a edição: Dark Side ataca novamente. A qualidade dos livros que fazem é sempre a mesma, nunca falha: livro capa dura, com marcador de página de fitinha. As cores da capa bem macabras, conforme acima e as folhas de material leve, o que facilita bastate carregar ele pra cima e pra baixo.

Recomendo suuuper a leitura.
Pra quem não é medroso e é mega fã do gênero, talvez seja fraco, mas ainda assim recomendo.
Pra quem é medroso...Ah migo, vai ler uma coisa mais legal e leve, tipo a série dos robôs do Asimov, que eu fiz resenha aqui. Sério.
Mas se vc é medroso e muito curioso que nem eu... leia leia leia!!

Nota 4 de 5.

E se vc ja leu, me conte o que achou!

Postado por: Livia Amaral

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares | Ramson Riggs - Ela




Foto: tirada da internet
O orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares
Autor: Ramson Riggs
Editora: Leya
Edição: 2015/336p.


Olássss!
Vou confessar que eu quis ler esse livro por uma coisa bem idiota: a capa me chamou a atenção.
Hahahaha
Eu ja tinha ouvido falar por cima sobre ele e não me interessei porque achei que era algo próximo de apresentações esquisitas dessas de circo, e eu nem gosto disso. Mas depois, me peguei olhando para a capa do livro, li a orelha e pensei "hm, quero ler isso".

Depois disso, minha irmã caçula de 14 anos leu e falou que morreu de medo, o que me deixou morrendo de vontade de ler. O livro não é nada assustador. Quer dizer, talvez pra minha caçula, mas ela é medrosa pra caramba então não podemos levar em consideração. Daí...vi que o Tim Burton ia fazer o filme, eu meio que ja fui muito fã dele e aí resolvi ler de vez. Sim, minha curiosidade foia atiçada pelos canais mais pop's, mas, ler é ler.

O livro me pegou MUITO  de surpresa. Eu leio bastante livro infanto juvenil e não tenho vergonha (ta, talvez um pouco) de admitir isso. Se vc dispensar os clássicos triânlguos amorosos, sai umas coisas interessantes! Eu esperava alguma coisa beeem juvenil e futil e me deparei com uma história bem peculiar, mesmo. rs

O livro conta a história de Jacob que, depois de uma tragédia familiar, vai para uma ilha remota la no País de Gales atrás de respostas com uma tal de Srta. Peregrine, cuidadora de um orfanato de crianças peculiares. Acaba se descobrindo que peculiar não é um só uma expressão a toa - as crianças realmente tem certos...poderes.
Ao passo que Jacob descobre um pouco mais sobre o orfanato e sobre a história de sua própria família, um perigo parece se aproximar, ameaçando ele e as crianças que acabou de conhecer.

O livro é bem completinho: você tem monstros, um pouco de romance, aquela aventura e descobertas.
Ele é narrado em primeira pessoa pelo Jacob e é bem divertido ir desvendando os mistérios junto com ele.
A ambientação é legal e mexe um pouco com viagem no tempo, e nessa parte tem um pequeno defeito - fica um pouco confuso. É mesmo difícil falar sobre viagens temporais sem se perder ou ser técnico demais e acho que o escritor se atrapalhou um pouco aí, mas nada que estrague a história.

Uma coisa que achei bem legal é que tem várias fotos antigas no meio do livro, pra complementar a história que é contada, e isso acaba dando, de forma divertida,  um ar bem verídico pro livro.

A história encerra bem um ciclo mas deixa o final aberto pra sequência - que ja to com vontade de ler.

Depois de ler fui finalmente ver o filme. Achei bem divertido embora tenham mudado algumas coisas BEM desnecessárias em relação ao livro, mas paciência. Ainda assim gostei. O filme terminou de forma diferente e talvez eu tenha tomado um spoiler do segundo livro. Mas bem, se for mesmo, ja tomei spoiler pior, então vambora.

O livor não é nada "AH MINHA NOSSA, QUE LIVRO MARAVILHOSO, MUDOU MINHA VIDA" mas gostei genuinamente e com certeza vou ler as continuações.

Recomendo a leitura se vc gosta de leituras infanto juvenis, se não exige temas super complexos e sérios, enfim, se vc gosta de uma leitura só pra curtir.

Nota 3,5 de 5.
Postado por: Livia Amaral.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O morro dos ventos uivantes | Emily Brontë - Ela




Foto: por @tipocoelhos
O morro dos ventos uivantes

Autor: Emily Brontë
Editora: Círculo do livro

Edição: 1994/311p.




Antes de ler essa resenha eu recomendo que você vá lá no youtube e digite: Wuthering Heights - Kate Bush. A não ser que você tenha mais de 40 anos e/ou ja tenha visto esse clipe antes, não recomendo que veja agora pra não cair na gargalhada e quebrar o clima. (É bem esquisitinho).
Ouça a música pra entrar no clima e...
Vai!


O morro dos ventos uivantes é considerado um clássico da literatura inglesa. Não pra menos. Ele foi escrito por Emily Brontë, na época em que mulheres não deviam fazer muita coisa além de serem boas e passivas donzelas..
Eu falo um pouco sobre as irmãs Brontë no post que fiz sobre o Jane Eyre e pode ser lido aqui.
O morro dos ventos uivantes é o único romance escrito por Emily e o que mais fez sucesso entre as obras das 3 irmãs.

Quando eu tinha 17 anos peguei esse livro aleatoriamente na biblioteca do colégio para ler. Eu estava em uma fase apaixonada da vida e esse história me arrebatou. Fiquei tão impressionada que fui atrás do filme e que espanto foi quando percebi que o final era bem diferente do livro... a coisa engraçada: eu tinha pego na biblioteca uma edição de 1945 feita pelo Círculo do livro e...dividido em duas partes! Eu só tinha lido a primeira hahahahah
Bem quase 10 anos depois eu finalmente resolvi ler (depois de muita tiração de sarro do Sr. André pelo minha pequena confusão)

O livro conta a história de Catherine, Heathcliff e seu amor avassalador.

Heathcliff chega em Wuthering Heights quando jovem, trazido pelo Sr. Earnshaw, que o encontrou órfão e faminto em uma de suas muitas viagens pelo país.
Com apenas 7 anos, de pele mais escura e cara de cigano, não tardou para os filhos de Earnshaw, Hindley e Catherine o rejeitarem, mas a implicância de Catherine não durou muito, logo se transformando em uma extrema e recíproca afeição. 
Pouco tempo depois, com a morte do pai e o fato dos dois não se desgrudarem, a raiva e o desprezo de Hindley por Heathcliff se tornaram ainda maior e sendo agora herdeiro e senhor de Wuthering Heights, ele faz o que pode para manter Heathcliff um ignorante e desprivilegiado. Bem... lendo esse livro a gente vai perceber que Karma é uma coisa forte!

Catherine e Heathcliff tem o espírito rebelde e intenso e não se desgrudam, não importa o que Hindley faça. É uma cumplicidade única. Entretanto tudo muda quando eles conhecem os Linton. São dois irmãos de alta classe e alta educação, tudo que Hindley deseja para sua irmã, e o total oposto de Heathcliff, que se sente inferior com a aparição desses novos personagens.
Linton é inteligente, de tez clara, polido e bem educado enquanto Heathcliff é seu total oposto, desde a aparência até os modos que são brutos e ignorantes.

É interessante a quantidade de complicações que o ser humano é capaz de atrair para si por causa de orgulho, raiva e obsessões.

A primeira vez que li a primeira parte do livro achei bonito e arrebatador.
Mas lendo agora outra vez, percebo que a relação dos dois, mais do que de amor é de obsessão, uma necessidade intensa que leva as pessoas à loucura e, gente... isso não é legal ou saudável e definitivamente, não é bonito.
É claro que a história é mega interessante, e eu adorei o livro, mas essa visão obsessiva e doentia do amor só cabe pra o século em que foi escrita, hoje você percebe que é loucura.
Além disso tem hora que o gênio de Catarina e Heathcliff beira o irritante. Ela completamente mimada e ele um grosso de primeira. Eu na verdade fico com bastante pena dos personagens ao mesmo tempo que serve de um bom alerta pra gente abrir mão das vaidades e orgulhos pra ser feliz.

É válido ler?  É claro! O livro é um bom romance, embora como eu disse, doentio. 
Eu gostei? Sim! Bastante....
Mas...Jane Eyre é muito melhor <3
De toda forma é inevitável não pensar nesse livro com muito carinho, tanto pela época que me lembra quanto pela mania de gostar desses amores impossíveis que a gente tem às vezes...

Eu brinquei no começo da resenha sobre a música da Kate Bush mas eu AMO essa música e ela consegue tocar a gente de um jeito muito louco. Enquanto eu lia o livro (e escrevia a resenha também) devo ter ouvindo, sem brincadeira, pelo menos umas 50 vezes.
Ah as coisas que a música faz com a gente...


Nota: 4 de 5.

Postado por: Livia


Crônicas vampirescas #2 - O vampiro Lestat | Anne Rice - Ela




Foto: por @tipocoelhos
O vampiro Lestat

Autor: Anne Rice
Editora: Marco Zero
Edição: 19889/423p.



Final do ano passado eu ganhei de aniversário alguns livros das crônicas vampirescas.
Depois de ler Entrevista com o vampiro no começo do ano (cuja resenha você pode ler clicando aqui) descobri que antes da Rainha dos Condenados, que era o próximo livro que eu tinha, vinha "O vampiro Lestat", livro este que não veio nos meus presentes e estava totalmente esgotado nas livrarias, argh.

Achei essa ediçãozinha bonitinha por apenas OITO reais no estante virtual, OITO reais gente... é muito barato, paguei 8 no livro e 8 no frete, e chegou muito rápido. Ela é beeem velha mas veiio com capa dura e aquele cheirinho gostoso de livro velho que a gente tanto ama.
Recomendo!  

Enquanto "Entrevista com o Vampiro" conta a história de Louie, "O vampiro Lestat' conta a história de...ta, é óbvio, ok, do Lestat! rsrs
Acho interessante como ponto de vista é tudo nessa vida. Eu sempre digo isso qdo as pessoas vem com o papo certo de que Capitu traiu Bentinho,quando o livro na verdade é escrito do ponto de vista dele....mas isso fica pra uma futura resenha do Dom Casmurro.

O que quero dizer com isso é: em "Entrevista com Vampiro" nós temos um Lestat muito instável, egoísta, sádico, possessivo, mas "Entrevista" foi escrito do ponto de vista de Louie, que é um personagem bem sensível.

No "O vampiro Lestat", vendo as coisas pelo ponto de vista de Lestat, vc vê que o buraco é mais embaixo...

O livro começa exatamente de onde parou o "Entrevista com o vampiro", com Lestat acordando de um longo sono e descobrindo sua vida exposta em um livro.
Se sentindo ultrajado, la vai ele escrever um livro contando sua versão da história
O livro conta a história de como Lestat se transformou, lááá na França, no século XVIII (eu acho, não lembro).
Eu acho a história de Lestat meeeega interessante, na verdade, esse é pra mim um livro bem mais interessante que o "Entrevista".

Ele mostra Lestat sendo transformado, mostra o encontro dele com um fascinante e poderoso vampiro ancião chamado Marius,que também conta sua história.
Nessa narrativa de Marius nós temos um acesso maior à mitologia vampiresca. Nós descobrimos um pouco mais sobre a suposta origem dos vampiros, sobre os reis vampiros, "Akasha e Enkil". Sabemos também mais sobre a relação de Lestat e Armand, que aparece como um ser bem misterioso la em "Entrevista".

Lendo "O vampiro Lestat" nós temos uma visão completamente diferente do Lestat descrito por Louie.
Ele é jovem, determinado, ousado e desbravador, mas beirando a arrogância constantemente.
Lestat nasceu pra brilhar, e é isso que ele vai fazer. É quando ele decide se expor para o mundo todo como vampiro e se tornar um astro de rock n roll.
É bem bizarro mas ao mesmo tempo engraçado, da pra encarar sem ser uma coisa completamente idiota porque você vai vendo a reação dos demais vampiros diante dessa exposição, que vai ser totalmente concluída em um único show em São Francisco, onde Lestat irá por fim demonstrar seus poderes. É interessante que isso rende bastante encrenca pq, imagina você vivendo pelo menos uns 100 anos na maior discrição e alguém decide expor todos seus segredos, suas forças, fraquezas...é...

O fim desse livro se mistura um pouco com "A rainha dos condenados". Se você ja assistiu esse filme vai ver que o começo dele é na verdade o fim do Vampiro Lestat.

Esse é um livro bem legal, eu gostei bastante, bem mais do que "Entrevista com o vampiro", mas ele tem muito forte a questão do romance gótico, que é o proposto pela Anne Rice, então tem momentos de grande e profundo sofrer e reflexões.Não é de todo um mal, mas chega um momento que da uma cansada, então se seu nível de tolerância para dramas e grandes firulas é baixo, recomendo muuuita paciência ao ler esse livro, mas recomendo que leia mesmo assim, vale muito a pena. 

Dou uma nota 3,5 de 5.

É a mesma nota de Entrevista com o Vampiro, oq não faz muito sentido ja que eu gostei mais desse do que dele, mas pra ser um 4 acho que tinha que me deixar mais surpresa, e não deixou. Mas não deixa de ser bom!

Te vejo no próximo livro das crônicas...
:*

Postado por: Livia

domingo, 11 de setembro de 2016

Admirável mundo novo | Aldous Huxley - Ela



Foto: por @tipocoelhos
Admirável mundo Novo

Autor: Aldous Huxley
Editora: Biblioteca Azul da Editora Globo
Edição: 2014/306p.



"Oh admirável mundo novo que encerra criaturas tais!"

É sempre difícil fazer resenha de livros clássicos.
Você sempre está sujeito a ser chamado de chato ou de burro, porque se não gostou é porque não entendeu.
Não estou dizendo que não gostei, de forma alguma, só achei um pouco cansativo em determinadas partes.

Admirável mundo novo é uma das grandes distopias que todo leitor deve ler, ao lado, acredito que, de 1984. Eu acho a dinâmica de 1984 melhor, mas não vem ao caso...

O livro conta a história de uma "sociedade perfeita".
Nessa sociedade não existem diferenças, não existe miséria, não existem guerras. Todos são felizes,tem um lar, um emprego, uma função na sociedade. Sua obrigação é ser feliz.

Juro que quando comecei a ler esse livro eu pensei 'ué, pq é que acham isso ruim?' sério, é tão perfeitamente feito...
mas daí 'Ah, é mesmo...a liberdade, a individualidade.'

Tudo começa no nascimento. As pessoas não nascem mais no método tradicional. Todos são gerados em laboratório, numa linha de produção, igual a carros. Com essa produção laboratorial eles fazem o maior número possível de gêmeos, chegando a mais de 80 pessoas idênticas e com isso, você ja elimina um grande obstáculo de uma sociedade perfeita, que é a desigualdade, começando pela aparência.

Depois disso vem a separação em castas. Ja na sua produção vc é escolhido para ser encaixado em uma das cinco castas existentes: Alfa, Beta, Gama, Delta e Épsilon.
Sendo Alfa a maior casta, com os melhores e mais inteligentes trabalhos e os Épsilon a casta mais inferior, com os trabalhos mais braçais e de 'menor qualidade', mas não pense que isso é um problema, pelo contrário. Desde recém-nascidos os seres humanos são condicionados a inúmeras coisas, uma delas é a aceitar sua casta e a casta dos outros , sabendo da importância de cada um. Um épsilon não inveja um Alfa e um Alfa não menospreza um Épsilon.




Abaixo dois trechos que resumem bem  o espírito da sociedade:

"O mundo agora é estável. As pessoas são felizes, têm o que desejam, e nunca desejam o que não podem ter"

"E esse (...) é o segredo da felicidade e da virtude: amarmos o que somos obrigados a fazer. Tal é a finalidade de todo condicionamento. Fazerem as pessoas amarem o destino social de que não podem escapar."

A introdução do livro é basicamente isso de como a sociedade foi construída e funciona e eu acho muito legal, embora seja a parte que o pessoal reclama de ser mais lento, foi a que não vi muitos problemas.

Outro ponto importante da sociedade é como é importante ser feliz e não ser individual.
Relações duradouras e monogâmicas são proibidas. A promiscuidade é a lei, você deve ficar com o máximo de pessoas possíveis, sem se apegar a ninguém. Não existe família, mãe, pai, amigos e obviamente, parceiros duradouros. Relacionamentos monogâmicos, grandes paixões, só trazem problemas: ansiedades, ciúmes, discórdia...
Outro trecho que mostra bem isso:

"... [antigamente] eram forçados a sentir as coisas intensamente. E, sentindo-as intensamente (intensamente e, além disso, em solidão, no isolamento irremediavelmente individual), como poderiam ter estabilidade?"

Veja bem o quanto eles prezam a estabilidade... essa é uma sociedade avessa a instabilidade, ao caos, a desordem. Qualquer coisa que possa fugir do controle, desde paixões a raivas, é inibido, e, além da sociedade ja ser estruturada pra evitar esse tipo de coisa, existe uma droguinha interessante: a SOMA.
Se você se sentir incomodado, agitado, um pouco ansioso ou monogâmico, basta tomar uma boa dose de soma - distribuído gratuitamente pelo governo - para que tudo fique bem.
As relaçõe sexuais são banalizadas e incentivadas, inclusive desde pequenos, não sendo uma coisa erótica, mas forçada. O consumismo também é incentivado - não conserte nada, compre outro. As pessoas não adoecem e não envelhecem e qualquer coisa velha é considerada feia e abominável.
E mais uma vez, se alguma dessas coisas te incomoda...tome uma dosesinha de SOMA.

Sinistro né? Mas se você observar bem essa sociedade do livro, a gente não ta muito longe disso, embora que de forma mais velada.

A história do livro começa com Bernard. Bernard é um Alpha mas com um pequeno problema: ele tem a estrutura física de um Épsilon, o que o faz ser de certa forma visivelmente deslocado.
Além disso, Bernard foge um pouco dos padrões da sociedade: ele sente de forma diferente, ele não gosta de estar muito entre pessoas, não curte muito as relações promíscuas. As más línguas dizem que quando Bernard foi produzido alguma coisa saiu errada...
Bernard tira féria do trabalho e resolve ir para a uma reserva selvagem, o Malpaís, onde a vida é vivida de forma primitiva: as pessoas tem religiões, relacionamentos, envelhecem...
Por circunstâncias que você vai descobrir quando ler, quando volta, Bernard traz John - o selvagem, para viver na sociedade. É quando Bernard finalmente consegue se sentir parte da sociedade enquanto John vai tomando conhecimento do absurdo que é essa vida.

Particularmente eu atribuo ao John parte do tédio que eu senti ao ler esse livro. Ele lia muito Shakespeare e tem esse tom dramático na forma que vê o mundo e na forma que fala, daí fiquei com bastante preguiça. Mas é bem interessante ver o choque dessas duas culturas totalmente diferentes no livro.

Ja falei bastante né?
Mas vamos lá, o livro em si, a estrutura da sociedade é fantástico de ser ver, ainda mais quando vc vai pensando 'caramba, a gente ja vive isso!!'
Só os personagens que achei bem entediantes e não me deu muita emoção mas... vai ver a gente não deve mesmo sentir muitas emoções né?

Recomendo super a leitura, mas se prepare pra um ritmo mais devagar que as distopias modernosas.
Como eu disse, eu ainda prefiro 1984 e Farenheit, mas é um livro muito importante de se ler e que bom que eu li!

Ah, tem resenha dele também no blog dos nossos parceiros, o OBNB e você pode ver aqui :)


Nota 4 de 5.


Postado por: Livia Amaral

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Inferno | Dan Brown - Ela




Foto: por @tipocoelhosInferno
Autor: Dan Brown
Editora: Arqueiro
Edição: 2013/448p.


Depois de um  tempinho ausente do blog, a resenha não é das mais felizes.

Inferno é o quarto livro do professor Robert Langdon, e eu estava super ansiosa para lê-lo.
Primeiro por que eu a-do-ro aventuras e ‘caça ao tesouro’,  segundo porque eu já tinha lido os outros livros e adorado.
Agora o Inferno...além de eu não ter gostado,  me deixou com a pulga atrás da orelha: será que os outros livros eram bom mesmo?

Antes de tudo, uma sinopse da história:

Robert Landgon, um professor de simbologia, é atraído para uma trama envolvendo a obra “A divina comédia” de Dante Alighieri, mais precisamente a parte que fala sobre o inferno.
Se você já leu algum dos outros livros ou viu os filmes já está familiarizado com os métodos, se não, basicamente é uma caça ao tesouro: com base em determinada obra ele tem que descobrir a chave para salvar a humanidade. Velha história, Ok, já conhecemos.
Veja aqui a Sinopse do Skoob que é mais fofa que a minha:

https://www.skoob.com.br/inferno-298210ed334199.html

Agora vamos a parte boa...
Eu sempre falo que não existe livro ruim, existe uma expectativa diferente ou o momento errado em que você leu algo.
Bem, achei o livro fraco. Bem fraco, e cheguei a ficar com raiva do Dan Brown por me fazer de idiota.
Talvez o problema seja que o bom é inimigo do ótimo e daí quando você vê autores excelentes em desenvolver histórias, quando pega um fraco...não me entenda mal, eu adorava o Dan, inclusive cheguei a defender ele quando alguns colegas falavam mal, mas depois desse livro...

O livro tem uma ótima descrição dos locais. Na verdade, acho que esse foi um dos pontos que fez o Dan Brown ter sucesso: os cenários dos livros não são nada mais nada menos que incríveis lugares  turísticos, cheio de misticismo e história. Cara, quem é que não adora isso? Uma velha fonte ou uma construção com uma história fantástica? A história mais uma vez se passa na Itália e o ideal é que você tenha um celular na mão para ir pesquisando e vendo os locais que ele descreve. Nos primeiros livros achei mara. Nessa eu achei que começou a ficar um pouco cansativo e perceber que, né, parece que o propósito dele é “vamos falar sobre esse museus que vai me dar dinheiro”, mas é um ponto perdoável, porque um livro realmente é feito pra te levar pra outros lugares, este então foi o menor dos problemas.

Aí começam a aparecer as coisas... fiz até em listinha:

1.O endeusamento de Robert. Já é meio estranho ele ser o único ser humano, no meio de 7 bilhões, que pode resolver o tal do problema que surge, mas até então...tudo bem, foi ele que deu naquela hora e naquele lugar. Agora, não são raros trechos no livro em que se fala ‘Aumentando cada vez mais a admiração dela pelo professor’ ou ‘Não imaginava que você (fosse tão inteligente) para saber disso’ e como todo mundo o tempo todo abre as portas para ele fazer o que ele quer, fácil assim. É brincadeira?! A impressão que dá é que Dan Brown projetou a si mesmo no personagem e está ali dizendo para ele todo o bajulamento o que gostaria de ouvir. (reviradinha de olhos)

2.Subestimando a capacidade intelectual dos leitores. Não menos que 3 vezes percebi o escritor explicando para gente sobre os termos. Ok, o personagem é um professor e a tendência é ensinar e explicar, o que acho válido quando se trata de assuntos simbolistas ou mitológicos, como o momento que ele fala sobre o Bastão de Asclépio que eu não sabia do que se tratava e achei interessante, mas principalmente porque se encaixava no roteiro e na caça ao tesouro, mas outras coisas são de conhecimento popular e uma que me incomodou foi ele explicando o que era eugenia, mas não como se aquilo se encaixassem na trama, mas como ‘O que ela quer fazer é te passar a tesoura – aquela ferramenta utilizada para cortar papel'. 
Se não se encaixa na trama, não precisa ficar explicando todo termo que acha difícil migo, se for tão difícil assim a gente tem google! Outra coisa que ele mudou e me incomodou, mas só relevei pela ‘licença poética’ foi ele alterar a frase dita por uma pessoa real para que se encaixasse no livro.
Oppenheimer disse uma vez ‘Agora tornei-me a morte, o destruidor de mundo’ em referência a Vishnu, que diz isso em uma passagem de uma escritura Hindu. E lá foi Dan Brown escrever que Oppenheimer disse ‘Agora tornei-me Vishnu, o destruidor de mundo’ NÃO, GENTE, NÃO!  Como eu disse, eu perdoei pela licença poética,  mas você já vê alguma coisa errada no padrão de escrita do Dan. Foi  um dos momentos de enganação.

3.Enganando o leitor. O mais fatal e que acabou com a graça do livro pra mim, me fazendo desanimar totalmente, quase largando o livro pela metade foi a tentativa de enganar do escritor.
Escrever não é pra qualquer um. Escrever um suspense ou um mistério, menos ainda, porque você conseguir que a pessoa não saiba o final da história, mesmo tendo exposto grande parte do material pra ela é olha...difícil. Mas tem gente que consegue, e muito bem feito. Dan Brown não é uma delas. Como eu disse, não sei se os outros livros eram assim e eu nunca tinha reparado ou se ele se perdeu nesse, mas veja bem  a enganação, e vou tentar dar exemplo com outras informações pra não dar spoiler do livro:
Por diversas vezes ele escrevia certos parágrafos levando você acreditar que era um personagem que estava vivendo aquilo, pra depois no fim do livro vc perceber que não era joana, e sim Joaquim que estava falando aquilo. Eu já acho que ele fez isso de forma mal feita, mas era capaz de vc deixar passar se não fosse pelo fim do mundo:
Ele pegou um texto e escreveu : (TEXTO EXEMPLAR, NÃO ESTÁ ASSIM NO LIVRO)
“Lá estava eu, ao lado dele na mesa, um vento frio batendo em nós enquanto líamos ao livro”
Isso pode querer dizer tanto a homem quanto mulher e aí é que está a trama, vc vai deduzir com base no que ja leu e ok.
Mas depois ele repete exatamente a MESMA FRASE, mas inserindo gênero.
“Lá estava eu, sentada ao lado dele na mesa, um vento frio batendo em nós enquanto líamos ao livro, me deixando arrepiada”

Gente, sério...achei isso uma trairagem. Se ele tivesse feito uma boa trama, ele não ia precisar repetir o mesmo trecho inserindo gênero, pois quando você lesse o original, estando bem escrito, ia saber que você que se enganou ao ler, e não ele que te enganou ao ocultar informações do texto. Mas não, eu fiz questão de voltar umas páginas e ler o trecho e ele está alterado mesmo. Um bom autor não ia precisar disso...

E foi aí que tudo acabou. Faltavam mais 100 páginas pra acabar que eu li muito contrafeita.
Talvez eu esteja sendo chata, talvez eu tenha lido na fase errada. Tenho alguns amigos que gostaram muito desse livro e acham que esses meus pontos são bobeiras, mas esse livro conseguiu acabar com meu ânimo.

Espero que o filme que será lançado seja mais divertido e melhor feito, vamos ver se me animo pra assistir, mas me desanimei para ler qualquer outra obra do escritor e é um livro que não recomendaria para ninguém ler, tamanho desapontamento.

Minha nota é 1 de 5, extremamente decepcionada.
Na verdade, vou dar 1,5, porque o final realmente me surpreendeu, mas não o bastante pra eu gostar do livro.


Postado por: Livia Amaral

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Vi e Ouví por aí... : O triunfo da cor | Ela

O André e eu temos uma preguiça danada de fazer qualquer coisa fora de casa. Chega a dar dó a quantidade de coisas interessantes que já perdemos por isso, mas... mês passado eu encasquetei que queria ver esta exposição e depois de uma quase desistência, no último dia, último horário, lá fomos nós.

“O triunfo da cor. O pós-impressionismo: obras-primas do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie”

Falando assim esses nomes franceses até parece que a gente entende alguma coisa de arte, Pff. Nada, nadinha. Necas. O mais próximo de tentativa de compreensão de arte que eu consegui chegar, depois das aulas de educação artísticas da quinta série,  foi com uns livrinhos que comprei na máquina do metrô por 2 reais cada e contava a história de alguns artistas, mas acabei que só li o do Van Gogh (vergonha, eu sei). Mas daí eu acabei me apaixonando pelas cores dele, mais ainda depois de ver um episódio graciosíssimo de Doctor Who com “participação especial” dele e aí deu aquela sensação de empatia depois de ler a história e perceber aquela melancolia e sensação de incompreensão que parece seguir a vida de artistas e, pronto, me afeiçoei.

Como muitas das coisas escritas nesse blog, a visita pra essa exposição será narrada de um ponto de vista totalmente leigo e ignorante em relação a seus conteúdos. Estou aqui só pra compartilhar um momento bem bacana que passamos. Se você gostar das obras, recomendo uma pesquisa mais aprofundada e claro, a visitação à exposição que ainda ta rolando no Rio de Janeiro, até 17/10/2016.

A exposição conta com 75 obra de 32 artista que “a partir do fim do século XIX, buscaram novos caminhos para a pintura” Mas vou falar só um pouquinho sobre alguns.

A começar pelo CCBB né minha gente, que lugarzinho simpático! A gente que mora em São Paulo sabe que o centro não é um dos melhores, mais limpo e seguro lugar para se estar, e tudo  isso misturado cria uma preocupação automática a qualquer coisa ali (Sem cricri, eu amo essa cidade) mas aquele prédio antigo despertou em mim aquela sensação que prédios antigos costumam despertar, que é o pensamento de ‘quanta coisa já deve ter passado aqui’. A arquitetura do prédio é muito bonita e então vc já fica no clima.
               
Chegando lá, de cara, tinha um painelzão com uma imagem do museu francês, mega simpático com várias luzes coloridas mudando o tempo topo. Já me ganhou. Eu sou 99% gótica suave, mas aquele 1%...não  pode ver uma coisa colorida que já ta toda alegre.

Eu tentei (infantilmente) tirar foto de todas as alterações de cor. É claro que não deu certo, e ainda por cima ficou torto, mas vou colocar aqui pra vcs verem que gracinha:
Prazer, fachada do “Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie”






A exposição estava separada em módulos, sendo que o primeiro módulo começava no 4º andar e ia descendo. Daí vc pega um elevador (bem sinistro por sinal) e chegando lá você tem a vista fofa do painel e o chão “cororido”, um “círculo cromático das cores francesas”, ou como ta escrito no chão “1er. Cercle chromatique de Mr. Chevreul renpermant Les couleurs francês”.

Com uma rápida pesquisa no google acabei de descobrir que o Mr Chevreul fez um estudo sobre justaposição de cores, que aplicadas em pontos e em certas combinações, visto de longe nos faz ver uma determinada imagem. “A lei do contraste simultâneo das cores“. Assim que vi algumas obras a primeira coisa que pensei foi em pixels e vendo vocês vão entender o porquê.
Mr Chrevreul foi uma grande influência para o Georges Seurat “Expoente do pontilhismo”, que tinha obra lá exposta. E Mr. Seurat inspirou ngm menos que o Van Gogh e por aí vai.


Bem, só tirei uma foto do círculo, pq alturas me dão sensações estranhas, mas ta aí:



Tinha uma pequena fila para entrar nesse primeiro salão, aproveitei e tirei essa foto do lindo, que vou colocar aqui porque sim.



Também tirei uma foto do vitral porque não tinha  mais o que fazer e achei bonitinho.



Daí as emoções começaram.

O módulo 1 ou “A cor científica”.

Eu disse que fui pra ver Van Gogh e eis que o primeiríssimo quadro que vimos quando entramos foi este:


Foto: Livia.
Fritilárias coroa-imperial em vaso de cobre, 1887 Óleo sobre tela, 73,3 x 60 cm Paris, Musée d'Orsay

A foto ficou bem ruim pq estava mto lotado e não conseguia tirar de novo, mas pode ser achada no google como Fritilárias Van Gogh.

É engraçado como mesmo sem conhecer a arte você bate o olho e sabe de quem é a obra pelo estilo. Eu tentei ver o mais perto que a “linha amarela que não pode ser ultrapassada” permitia, e consegui ver a textura da tinta na tela. Fiquei embasbacada. A combinação das cores e da pincelada é uma coisa linda de ser ver, enche os olhos.
Eu particularmente gosto de flores e embora meio mortinhas, achei o quadro lindo.

Tentei não tirar muitas fotos, porque se você tira fotos, não curte, mas ao mesmo tempo, se não tira fotos não se lembra de algumas coisas depois, que é o que me acontece agora.
Vou colocar as fotos que tirei, do que mais me chamou a atenção no momento.



Foto: Livia
Van Gogh
A Italiana, 1887, Óleo sobre tela, 81 x 60 cm Paris, Musée d'Orsay

Do lado dos quadros tinham descrições sobre as obras e fiquei sabendo que o Sr. Van Gogh teve um caso com essa sra, sua amiga Agostina Segatori. Assim que bati o olho mais pensei em “cigana” do que italiana, e gostei muito da combinação de cores da pintura
No google pode ser achado como: A Italiana Van Gogh



Foto: Livia
Van Gogh
Acampamento dos ciganos com caravana, 1888, Óleo sobre tela, 45 x 51 cm Paris, Musée d'Orsay

Essa foto ficou muito pequena, mas vejam AQUI a imagem em tamanho maior e observe as pinceladas...

Sério, fiquei encantada e eu adoro tema cigano em geral, então, essa ganhou direito a foto rs

Entre obras e pessoas passando pra lá e pra cá, me deparei com esta, que não conhecia e me encantou:



Foto: Livia
Henri de Toulouse – Lautrec
A toilette, 1896, Óleo sobre cartão, 67 x 54 cm

Como foi feito sobre cartão, não da pra ‘sentir’ as pinceladas, como quando é sobre tela, mas os traços dele são fascinantes e fiquei um bom tempo olhando pra ela.
Os tons da cores são muito bonitos além do desenho em geral, a costa nua e tudo mais.


Módulo 2 ou “No núcleo misterioso do pensamento. Gauguin e a Escola de Pont-Aven”

Foi nessa hora que meus olhos saltaram desesperadamente.
Nesse segundo módulo tinham obras do Seurat, falado logo acima, de Henri-Edmond Cross, (que teve a obra que mais amei), Paul Signac, Maximilien Luce.
Não conhecia nenhum deles, e o que tinham em comum e que fez meus olhos saltarem foi o jeito incrível que usaram a técnica de justaposição/pontilhismo.



Foto: Livia
Henri-Edmond Cross
Uma tarde em Pardigon, 1907, Óleo sobre tela, 81 x 65cm

Essa foi uma que eu tive vontade de levar para casa. Ela é linda e fiquei impressionada com a justaposição das cores. Tons de roxo sempre me atraem e esse quadro me deu uma tranquilidade danada.
Tinham algumas outras obras do Henri-Edmond na exposição, de igual beleza e depois de procurar mais coisas no google, virei fã do trabalho dele.




Foto: Livia
Paul Signac
Mulheres no poço ou Jovens provençais no poço, 1892 Óleo sobre tela, 194,5 x 130 cm Paris, Musée d'Orsay

Eu fiquei  impressionadíssima quando vi essa obra. A foto ficou bem ruim porque estava cheio na hora e não tinha um bom jeito de tirar, mas fiz questão de tirar + duas fotos dando close em duas coisas que me chamaram a atenção: o cabelo da moça a direita, que olhando de longe parece castanho com preto, mas quando você olha bem, é a combinação de vários tons de azul, roxo e marrom.





Agora vejam a riqueza desta saia! Ela parece que tem vida, com a combinação de tons de verde, azul, rosa e vermelho.



Esse quadro é bem grande e fico imaginando quanto tempo ele levou para fazê-lo. Paul Signac aprendeu com o Seurat a ténica do pontilhismo e particularmente achei que mandou super bem ( shame on me, não tirei nenhuma foto de obra do Seurat, que aparentemente é o bam-bam-bam da coisa toda)


Uma obra que eu não tirei nenhuma foto, mas uns bons minutos encarando estupefata foi a de Maximilien Luce, e que vou pegar uma foto do google:




Maximilien Luce (1858-1941) Les Batteurs de pieux [Batedores de estacas], entre 1902 e 1903 Óleo sobre tela, 154 x 196 cm Paris, Musée d'Orsay


Gente, esse quadro é ENORME e de longe você acha que é bem pintado, legal, ok, mas foi TUDO feito em pontilhismo! Isso é que eu chamo de trabalho de uma vida! Da pra ficar horas olhando pra combinação de cores e pontos sem se cansar.

Também teve essa que achei bem interessante (Gótica suave, beijo):

Blast Furnaces in Charleroi - Maximilien Luce 1896 French 1858 – 1941


Infelizmente nós ficamos muito envolvidos nos 2 primeiros módulos e vimos os outros 2 muito rápido porque o CCBB já tava pra fechar, mas não por nada, foi até bom, porque os outros módulos já fugiram do meu gosto.

O Módulo 3 era “Os Nabis, profetas de uma nova arte” com temais mais cotidianos. Eu achei muito obscuro, tenso. E o módulo 4 “A cor em liberdade” Tinha um quê de natureza tropical, legal, bacana, tchau.

A verdade é que as fotos nem qualquer coisa que eu falar aqui fazem jus às obras vistas. Tem que ver com os próprios olhinhos e sentir.
Se você já foi na exposição e/ou é mega fã de arte, conta pra gente o que sentiu quando viu a exposição e o que acha de arte e tudo mais. Me conta também qual sua obra favorita!

Só posso dizer que saí de lá encantadíssima, com vontade de comprar umas tintas e pincéis e tentar me aventurar na arte do pontilhismo, cheio dessas cores que me dá tantas emoções.

E como disse o já muito falado no texto de hoje, Van Gogh “A cor expressa por si só alguma coisa’. E que coisa <3

PS: E é claro que a gente foi tirar uma fotinho lá no painel do museu colorido né, hahaha




Postado por: Livia Amaral