domingo, 31 de janeiro de 2016

Crônicas vampirescas #1 - Entrevista com o vampiro | Anne Rice - Ela




Foto: por @tipocoelhos
Crônicas vampirescas #1: Entrevista com vampiro 
Autor: Anne Rice
Editora: Rocco
Edição: 2009/334p.



Este é um livro que eu estava extremamente ansiosa para ler.
Sempre gostei do tema vampiros e este é considerado um clássico. Ganhei de presente de aniversário e é um da meta 2016 riscado da lista (yey!)

A história - como o próprio título diz - É uma entrevista com vampiro, o vampiro Louie.

Louie espreitava um jornalista e acaba em um quarto com ele, contando seus 200 anos de história.
O livro no começo é um pouco confuso - como a narrativa é em primeira pessoa, tem hora que você não sabe quem é que está falando o que e precisa voltar um pouco o texto pra conseguir compreender.

Louie conta toda sua vida - seus primeiros anos em Nova Orleans, sua transformação pelas mãos do vampiro Lestat e os anos seguintes como vampiro.

Sentindo-se culpado pela morte do irmão mais novo, Louie vive uma vida desleixada e vazia, esperando que a morte o pegue a qualquer momento - cuidado com o que deseja, pois pode acontecer - Lestat o encontra e o transforma em um vampiro.

Louie e Lestat ficaram para mim dois personagens bem caricatos:
Louie é intensamente melancólico - seus questionamentos sobre o propósito da vida vampiresca, a forma divina como trata a vida humana e seus questionamentos interiores sobre ser uma criatura de Deus ou do diabo entediam e deixam maluco Lestat - que aproveita a cada segundo seus poderes, sua força sobrenatural, a hipnose que sua aparência impecável causa nos humanos e como é fácil controlá-los e acabar com suas vidas.
Louie é um vampiro que não desapega de sua - mais do que melancólica - alma humana e isso, por mais irritante que seja, é o que deixa Lestat encantado por ele.

O que eu vi bastante neste livro é uma relação de possessão e dependência que Lestat tem para com Louie. Ao mesmo tempo que ele é cruel e escarnece dos sentimentos de Louie, ele não consegue viver sem ele, mantendo Louie preso em um relacionamento destrutivo. Louie quer se livrar de Lestat, mas esse por sua vez sempre fala que Louie não sabe nada sobre o que é a vida vampiresca, o que pode e não pode ser feito e como pode morrer a qualquer momento se deixá-lo, pois não tem conhecimento de nada. E Louie se mantém preso a ele, esperando saber mais até o momento em que se cansa, mas Lestat da seu ultimo golpe - Ele transforma uma criança em vampiro.
Claudia, com jeito de boneca, de apenas 5 anos, passa a ser filha de ambos.
Mas embora presa em um corpo de 5 anos, sua mente obviamente envelhece e amadurece com o tempo que se passa. Claudia junta o melhor dos dois - A paixão por literatura e conhecimento de Louie e a destreza em matar e sobreviver de Lestat. Ela se torna, pra mim, o mais "perigoso" personagem do livro, pois usa de sua aparência frágil para manipular sem dó todos a sua volta. Mas tem um problema - e ela sabe disso, e é algo que desenvolve a trama do livro - ela vai ter pra sempre um corpo de criança, dependente, para toda eternidade, de alguém que faça as coisas para si.

É um livro muuuito bacana, emocionalmente complexo pois os debates interiores sobre sua existência que o Louie tem deve ter se passado na cabeça de muitos de nós (na minha já!). Mas ao mesmo tempo foi isso que me cansou. Eu nunca tive muita paciência para dramas e essa narrativa depressiva do Louie me cansou demais.
Mais pra frente somos apresentados a alguns personagens beem curiosos como o Vampiro Armand e a cenários bem interessantes.

Assim que terminei de ler o livro coloquei o filme (que eu ja tinha aqui guardadinho esperando a hora certa) pra ver novamente e fazer as comparações.
Gente, o que é o Tom Cruise como Lestat? Achei fantástico!
Nos primeiros minutos de filme senti uma vergonha alheia sem fim - o filme é de 94 e a princípio ficou bem engraçado, não tinha envelhecido bem, mas depois você se acostuma.
Brad Pitt como o jovem Louie caiu bem, embora tenha me cansado ainda mais esse jeitinho melancólico dele. Kirsten Dunst como a vampira Claudia está impressionante e eu me pergunto como é que eles conseguem fazer crianças atuarem dessa forma.

Bem, achei o filme beeem fiel ao livro. É claro que uma ou outra coisa foi suprimida e você não sente com a mesma intensidade do livro, pois lendo você se coloca no lugar do personagem. Mas, se você tem curiosidade do livro e muita preguiça de ler, o filme sacia um pouco a necessidade.

Sempre achei que sendo um 'clássico' este livro introduziria toda uma mitologia e informações relevantes sobre o universo de vampiros,mas a verdade é que a história foca muito mais no romance e nas relações vampirescas do que na mitologia em si.

Gostei menos do livro do que eu esperava, mas acredito que tenha sido o Louie que me desanimou um pouco.
Vou continuar a saga das "crônicas vampirescas" pois estou ansiosa para saber mais sobre o Lestat. vai que da uma animadinha!

Minha nota:3,5 de 5.
Não é mais porque eu fiquei um pouco entediada e eu detesto quando livros me entediam, mas também não é menos porque os personagens são muito bacanas e bem construídos.

Vejo vocês no próximo livro ;)


Postado por: Livia 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

O que os olhos não veem... What happened, Miss Simone? | Documentário Nina Simone - Ela




Conheci Nina Simone em 2009.

Como toda jovem apaixonada, estava na pilha da música Feeling Good do Muse, até que eu descobri que ela era na verdade da Nina.
Veja bem, eu não sou uma grande entendedora de musica. A única coisa que eu sei é o que eu sinto quando ouço algo. O que acontece aqui dentro.
Eu nunca consegui ser obcecada por nenhuma banda, estilo ou técnicas, nunca me rotulei. É claro que tenho uma queda pro bom e velho rock’n’roll, mas de modo geral: Se me faz feliz, eu ouço. E foi  isso o que aconteceu com a Nina.
A levada gostosa do soul/ blues/jazz, a voz forte e as letras – principalmente as letras, me ganharam. (É claro que tem sempre um grande time atrás das letras, mas ta valendo)
Fui percebendo que muitas das coisas que eu gostava era dela – Don’t let me be misunderstood, que eu tanto amava na levada Gypsy do Santa Esmeralda derreteu meu coração na tristeza da Nina. Essa música é a que mais me identifico e a minha preferida, junto com Feeling Good.
Não sou uma conhecedora exímia de toda sua obra e falo isso pra que fique notado que o que eu vou falar aqui – assim como todas as resenhas feitas de livros – é a palavra de uma fã ordinária. Sem críticas profissionais, elaboradas ou  profundas comparações. É o que um expectador comum sente.
Não vou falar sobre quem é a Nina – é pra isso que o documentário foi feito e também pode-se ver no Google. O que vou falar é porque eu recomendo ver o documentário.

Nina, mulher, negra e pobre é a essência das minorias. Pode-se dizer que isso não é “desculpinha” pra nada, e de fato não é, veja bem onde ela chegou. Mas ainda assim, não significa que não tenha passado suas dificuldades.
A gente vê a história de uma pessoa que passou parte da vida isolada, sem saber em lidar com o outro. Uma pessoa que teve alguns de seus sonhos desiludidos, frustrados. Uma pessoa que por um bom tempo na vida não sabia qual era seu lugar no mundo, qual era seu papel. Até que encontrou e viveu aquilo o máximo que pode. O documentário fala sobre uma pessoa que teve tudo e perdeu tudo.  Uma pessoa que não sabia lidar consigo mesma. Que se amava e se odiava. Que lutava contra sua loucura mas ao mesmo tempo fazia sofrer aqueles que amava.

Empatia. Foi isso que senti pela Nina.
Eu demorei MUITO pra ver o documentário porque fiquei com medo de passar a não gostar dela. Mas a verdade é que eu passei de vê-la como uma poderosa diva negra para vê-la como uma mulher comum, com todos os defeitos e qualidades, e isso me deixou ainda mais encantada por ela.
Eu pude me sentir mais próxima dela e perceber que nas nossas loucuras e sofrimentos, não estamos sozinhos.
Cada um tem sua sina e seus momentos.
E é por isso que recomendo ver o documentário. Pra ver o lado humano da coisa toda.
Nem todo mundo é um santo, bem sucedido ou um mártir. Todo mundo tem seus altos e baixos, seus demônio, suas lutas diárias, por menores que sejam.

Quando eu ouço Nina eu me encontro.




Fiquem aí com minha música favorita:

Don't Let Me Be Misunderstood
Nina Simone
 
Baby, you understand me now
If sometimes you see I'm mad
Don't you know no one alive can always be an angel?
When everything goes wrong you see some bad

But I'm just a soul whose intentions are good
Oh, Lord, please, don't let me be misunderstood

You know sometimes baby I'm so carefree
with a joy that's hard to hide
And then sometimes again it seems that all I have is worry
And then you bound to see my other side

But I'm just a soul whose intentions are good
Oh, Lord, please, don't let me be misunderstood

If I seem edgy
I want you to know
I never mean to take it out on you
Life has its problems
and I get more than my share
but that's one thing I never mean to do

'Cause I love you
Oh, baby
I'm just human
Don't you know I have faults like anyone?

Sometimes I find myself alone regretting
some little foolish thing
some simple thing that I've done

'Cause I'm just a soul whose intentions are good
Oh, Lord, please don't let me be misunderstood

I try so hard
So please, don't let me be misunderstood.


Postado por: Livia

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O Rei de amarelo | Robert W. Chambers - Ela




Foto: por @tipocoelhos
O rei de amarelo

Autor: Robert W. Chambers

Editora: Intrínseca
Edição: 2014/256p.

Foto: A capa, que eu achei particularmente linda e a preguiça da Léia.

O rei de amarelo é uma coletânea de contos que fala sobre “O rei de amarelo”. Este é um livro de uma peça que tão logo as pessoas lêem, ficam amaldiçoadas podendo chegar a loucura.
O tema é um grande tabu e o misticismo em cima da obra é grande. Em momento algum a gente lê a obra, vemos apenas pequenos trechos, distribuídos nos contos, o que atiça ainda mais a curiosidade.
O editor do livro foi fantástico, dando informações relevantes sobre os nomes citados no livro e o vínculo com obras de outros autores da época (1800).Pra mim, que nunca li nada deste gênero e desta época, foi super bacana e deu umas dicas do que ler em seguida. O editor também fez os links entre algo falado em um conto e qual a relação com o outro. Para os leitores mais distraídos (eu nesse livro) é super válido.
A escrita é bem fácil pra época em que foi escrito – 1895 mas houve, do meu ponto de vista, um problema:
O livro, vendido como “Obra gótica americana” e “terror cósmico” seria excelente se seguisse apenas essa linha. Os quatro primeiros contos são assustadores, não de forma explícita, mas te deixa com aquela pulga atrás da orelha, aquela ansiedade para saber mais sobre o que aconteceu e sobre Carcossa – que foi o motivo que me levou a ler este livro. A referência feita à Carcossa e ao Rei Amarelo que vemos na primeira série True Detective. – E sobre os seus mistérios.
O problema é que os próximos 4 contos são completamente diferentes. Não tem nada de assustador, tenso, ou sobre o Rei de Amarelo. Ele é outra coisa, outro gênero.
São os pintores da “Belle Époque” do Quartier Latin na França. Pintores boêmios e seus causos.
Seria super bacana se fosse isso que eu tivesse me proposto a ler desde o começo, mas essa mudança abrupta de estilos me incomodou. A impressão que deu é: vamos colocar mais conteúdos pra fazer um livro maior que “venda mais” ou qualquer coisa assim. Tenho certeza que haveria leitores para dois livros dos contos em separado, mas...
Não que não sejam bons contos, mas como eu disse...eu ainda estava com aquela expectativa de algo tenebroso e o que estava sendo falado era sobre boemia.
Demorei demais pra ler um livro pequeno. Acabou me cansando.
Então vamos lá:
Para os  4 primeiros contos eu dou 3,5. Era a vibe que eu estava e o que eu procurava. Nem de longe é ruim, mas acho que fui com muita sede ao pote e esperava algo mais sinistro.
Para os demais contos...2,5. Também não são ruins. Mas como eu senti como um conteúdo que me foi forçado que fugiu totalmente do tema que o livro se vende, me cansou e desanimou.
A média da nota: 3 de 5.

Vou ler algo de H.P. Lovecraft. É bastante mencionado.
Se for na mesma linha, eu saberei que eu que fui com a cabeça totalmente errada para ler esse livro, se não....Chambers que me desculpe. Rsrs
Volto a falar ;)

Postado por: Livia



Americanah | Chimamanda Ngozi Adichie - Ele





Foto: por @tipocoelhos
Americanah

Autor: Chimamanda Ngozi Adichie
Editora: Companhia das letras
Edição: 2014/516p.


Demorei muito pra sentar e escrever sobre esse livro por achar que ele é de uma importancia realmente grande, e com um certo medo de não conseguir passar isso com o meu texto. 

Falei pra Livia, logo no inicio da leitura, que parecia que estava lendo algo que não devia, invadindo um mundo que nada tinha a ver comigo, por não ser negro, não ser mulher e não estar em outro país. 

Depois só me senti babaca em pensar assim. 

Bem, o livro Americanah, escrito pela autora Chimamanda Ngozi Adichie, é aquele tipo de livro que fala de uma boa parte da vida da personagem, desde jovem, passando pela faculdade, trabalho e vida adulta.

A personagem principal, Ifemelu, vive inicialmente em Lagos - Nigéria. 
Vive com seus pais, tem seus amigos e seu namorado, e por problemas politicos no paí - a Nigéria sob regime militar, culminando em varias greves em sua faculdade - Ifemelu se muda para os EUA, para dar continuidade a seus estudos, pra tentar uma vida melhor. 

A maior parte do livro se passará nos EUA, cobrindo alguns anos da vida de Ifemelu, e mostrando de uma forma inteligentíssima e ao mesmo tempo sem ser pedante, as dificuldades, preconceitos e dúvidas que uma mulher, pobre, negra e africana terá que enfrentar longe de sua terra Natal.

Alterna também capitulos com a história de Obinze, seu antigo namorado, mas, sinceramente, tudo que queremos é realmente ver os capitulos da Ifemelu. 

A personagem me surpreendeu, as vezes soando um tanto arrogante, mas orgulhosa de quem é, de onde veio, da educação que teve e de seu sotaque.

Nos EUA ela passa a escrever um blog, e em boa parte do livro você verá trechos desse blog, e vai querer marcar cada texto desses, e ler, ler e reler.

O livro fala de amigos que cresceram e mudaram, nem sempre pra melhor, e de saber que você estava indo pra o mesmo lado que eles, mas que, felizmente a tempo, acordou.

Mostra como pessoas se entregam, e se deixam moldar, que se apagam, se anulam, para parecerem com o padrão que tanto admiram.

E ai vem a parte que me senti babaca em pensar que estava lendo "algo que não devia" que "não tinha nada a ver comigo"

Porque o livro é incrivel em te mostrar situações que você pode sim se identificar - e me identifiquei com muitas - mas, na minha opinião, é mais incrivel ainda em te informar, te mostrar coisas que você deveria saber e não sabe, coisas que as pessoas passam e não deviam passar.

Ele é genial em te mostrar a ótica da Ifemelu, e através dos olhos dela tudo parecer tão simples e nessa simplicidade vemos as coisas erradas que ninguem vê, as injustiças que ninguem percebe, as diferenças que não deveriam existir. 

Não quero ficar viajando no texto, tentando filosofar, sendo que a autora faz a gente pensar em tanta coisa com um texto tão simples, mas com personagens incríveis.

Um ótimo livro, que acho que deveria ser lido por todos, seja você homem, mulher, branco, negro, rico, pobre, brasileiro, americano ou marciano.

Postado por: André

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Hellraiser | Clive Barker - Ela






Foto: por @tipocoelhosHellraiser
Autor: Clive Barker

Editora: Darkside Books
Edição: 2015/150p.



Mais uma vez a Darkside ataca.
Que edição linda! Capa de couro com escritos dourados, dura e com folhas com uma boa textura. A gente que é amante de livros gosta de cada um dos detalhes, não?
Só dispensava o marcador de páginas. Embora seja uma graça é completamente inútil – é um livro pra se ler em horas!
Olha só, eu tenho 26 anos e a lembrança mais forte que tenho do Hellraiser, que é de 1987 - é o Pinhead. Em algum momento na minha juventude vi esse filme de relance na casa do meu pai (saudável né? Hahahaha) e ficou gravada na minha memória.


Foto: pinhead. origem: google! rs

Sempre fui fanzaça de terror, horror, esse lado dark, mas de forma bem saudável (minha mãe nunca me deixou ser gótica L  hahaha) e acabei deixando passar batido até que vi essa edição do livro. (depois de ler o demonologista e entrar supre no clima).
A-MEI.
Sério.
A história é super curta e to pensando em como fazer uma sinopse sem estragar tudo.
A história mostra Frank, que está cansado do tédio da vida e quer sempre mais, comprando uma relíquia: é um “quebra cabeça” em forma de cubo, chamado "Configuração do lamento" que ao ser resolvido, irá te apresentar prazeres inimagináveis.
A grande pergunta é: o que é prazer pra você, é prazer para outro?
O cubo traz seres de uma outra dimensão – os cenobitas – que são mestres na arte do prazer através do sadomasoquismo. Amigo, esquece 50 tons de cinza. Isso aqui é punk!! outro nível.
Eu fiquei que nem boba procurando um livro chamado Hellbound Heart – Coração condenado do Clive Barker e pelo que eu entendi, esse livro é o Hellraiser, o nome só foi adaptado para se igualar os filmes e ficar mais familiar. Livro não, pelo que eu entendi é uma noveleta – grande demais pra ser um conto, pequeno demais pra ser um livro.
Eu gostei muito e me deixou com uma vontade insana de saber mais sobre os cenobitas e esse universo.
É sensual, um pouco sinistro e se você você colocar Nine Inch Nails pra tocar, vai ter o clima perfeito.


Minha nota é 5 de 5! E preciso MUITO pesquisar mais sobre.
Postado por: Livia

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Crônicas de gelo e fogo - O festim dos corvos | George R. R. Martin - Ela



Foto: por @tipocoelhosAs crônicas de gelo e fogo: O festim dos corvos
Autor: George R. R. Martin
Editora: Leya
Edição: 2011/644p.


Eu não li os livros antes de ver a série.
Toda vez que assistia uma temporada, dizia: agora vou começar a ler, e nunca o fazia.
Depois da ultima temporada, que achei um tanto frustrante, decidi finalmente investir, e aqui estou.
Em um espaço de 2 meses li o livro 2 e 3, mega animada e ansiosa por informações que não tinham na série, até que cheguei no 4 – O festim dos corvos, empolgação total.
What a sad sad Reading.
Cara.. não sei se eu fui com muita empolgação ao pote, o que se passou.
Ao passo que eu li o A tormenta de espadas, que é o maior livro da série com 884p – Edição 2011 da Leya  , em 20 dias insanamente, o festim com 644 – Edição 2011 da Leya eu levei 40 dias, mais do que arrastados, que eu só terminei pq estipulei a meta de acabar em 2015: Terminei ás 18h do dia 31/12.
A verdade é que não me animava em pegar o livro, achei ele devagar, meio tedioso.
Essa edição não conta com todos nossos personagens queridos. Quem da as caras: Jamie, Cersei, Arya, Brienne, Sam e o que foi uma surpresa e eu adorei: os homens de ferro.
Ponto baixo pra mim: Brienne. Que capítulos arrastados. O desapontamento dela com a vida e a obsessão com a promessa que havia feito me cansou um pouco. Eu sei que a realidade nua e crua tem dessas coisas, mas...não me cativou
Ponto alto: homens de ferro. Não é o ponto de vista de um personagem específico: temos a Asha e os irmãos de Balon Greyjoy. Achei simplesmente fascinante conhecer um pouco mais da casa e cultura Greyjoy, que a gente só conhece de passagem pelo Theon – que não é la grandes coisas rsrs
Já tenho o meu favorito e é bacana  link que vai fazendo com outros personagens do livro.
Senti falta da esperteza do Tyrion e do misticismo dos dragões da Khaleesi ou dos “Outros”. Tem coisas bem diferentes no desenvolvimento mas que o fim é o mesmo que a gente viu nas tela, como o que acontece com nosso querido Meistre Aemon, a Arya na casa do Preto e Branco e os Tyrell.
Ainda que tenha visto a série, vale super a pena ler. Como todo livro – é mais completo do que o que vemos nas telinhas e você consegue ir criando suas própria conexões e criando teorias  a respeito de algumas coisas que a série pode esconder.
Por exemplo – não tem spoilers e só quem já viu a série vai associar:
- Tem um pouco sobre a profecia que a bruxa faz para a Cersei;
- Percebemos que ela é mais ambiciosa do que esperta;
- Os pardais ja começaram a “causar”;
- A gente conhece um pouquinho mais sobre Dorne.

Não foi o mais legal dos livros mas mais do que recomendo a leitura.
Embora o desenrolar tenha dado um pouquinho de preguiça, o final deixa mega ansioso pra “Dança dos dragões”, que já ta na mão e é minha próxima vítima! :D

Nota 4 de 5

Postado por: Livia

Ao pé da letra: O demonologista | Andrew Piper - Ela





Foto: por @tipocoelhos
O demonologista

Autor: Andrew Piper
Editora: Darkside Books
Edição: 2015/328p.



Esse livro, com esse tema suuuper leve, foi o primeiro livro que li esse ano. Tava eu lá, primeirão de janeiro, no meio da família com esse livrão de capa vermelha.
A edição é linda – a Darkside não deixa nada a desejar: capa dura e com aquele toque aveludado, ilustrações fantásticas e – leve. Adoro quando os papéis do livro são leves.
Não era um livro que eu tinha pensado alguma vez em ler, mas, ganhei de amigo secreto de uma amiga e, embora com um pouco de receio (SIM, EU SOU MEDROSA) resolvi ler.
Ao ler a sinopse dei uma associada rápida com duas coisas – Constantine e o filme O Ritual com nosso querido Anthony Hopkins. Se você viu algum dos dois, dispensa sinopse, mas vamos lá:
David Ulman é um professor na faculdade de columbia e um estudioso renomado sobre o diabo mas de forma literária e bem cética – Ele fala claramente que não acredita no diabo (e é nessa hora que me vem o Constantine dizendo “mas o diabo acredita em vc” rs ). Todo seu estudo é em cima de Milton – Paraíso perdido (não conheço a obra) com citações e referência bem claras (fica claro que o autor é mega fã). Ele então é convidado para assistir um fenômeno que é chamado de ‘sobrenatural’ e o que ele acha que não vai ser nada demais além de uma fraude e um passeio com sua filha pela Itália (sempre Itália!) acaba se tornando uma corrida contra o tempo pra salvar a alma da filha. O livro tem aquele tom estradeiro que eu gosto bastante (olha um tom de supernatural aí) e é uma jornada de autoconhecimento.
É um livro pra se ler em uma paulada só: eu li em 24 horas. A primeira metade é mais sinistra – É você, assim como o personagem, tentando descobrir WTF está acontecendo.
Coincidência ou não, me aconteceu um fato MUITO engraçado (depois né? Na hora me caguei) em que no meio da madruga fui despertada por um barulho muito alto e inexplicável. Como se algo ou alguém (uuuuUuU) estivesse batendo no móvel o qual eu estava dormindo ao lado, mas tão alto que me despertou. E só a mim (tchã tchã tchaaam) . Minha mãe tentou dar uma explicação lógica para o fato (era madrugada de festa de ano-novo e eu estava lá a passeio) e me convenceu momentaneamente. Mas que eu acordei de madrugada pensando no diabo e com medo até de fazer xixi, acordei mesmo. Nem queria terminar de ler, mas pela manhã estava determinada. Precisava terminar de ler o livro pra concluir a história ou o causo da madrugada iria me perseguir. A segunda metade você fica menos amedrontado e ao passo que vai tomando conhecimento do que ta acontecendo, fica tão corajoso e determinado quanto o personagem.
Eu tive uma empatia por ele – ele fala que em muitos momentos da vida ele sente um vazio muito grande, uma melancolia inexplicável – e muitas vezes já me senti assim. Mas o livro me ajudou a olhar isso por outro lado, não quero experiências com o capiroto, obrigada! Hahaha


Sinto que faltou um pouco mais de algo, mas gostei bastante do final e dou uma nota 4 de 5 e recomendo a leitura pra quem gosta de sentir aquele frio de leve na barriga.

Postado por: Livia Amaral

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Meta 2016


Foto: Presentes de aniversário de Livia :D


Ano passado nós começamos uma competição pra ver quem lia mais livros no ano.
Eu comecei em vantagem, lendo de 2 a 3 livros por mês enquanto ele ficava indeciso entre qual ler e mudava de idéia no meio do caminho. No meio do ano ele virou o jogo e passou na minha frente, fechando o placar em 15 eu - 19 ele.
Vale dizer que nós temos gostos bem diferentes: eu tenho uma paixonite por sci-fi, um dark/gothic, suspenses policiais com doses de violência e aquela pitada de aventura juvenil. No meu lado da estante você vai encontrar muitos Asimov (meu muso), Sandman, Justiceiro, irmãs Brontë, Sidney Sheldon e vampiros. Ele gosta dessas tragicomédias, dramas da vida real que fazem até criança chorar, biografias, livros humanos, leitura sarcástica e reflexiva. No lado dele tem Hemingway, Kerouac, Transmetropolitan, Murakami, McEvan, Foster Walace.
Mas tem sim as divisões em comum...Tolkien, Rowling, Martin, Riordan..
Vira e mexe a gente desafia um ao outro a ler algo do nosso gosto. Nunca deu certo. Quem sabe é agora?
Essa competição saudável e super construtiva deu uma esquentada na nossa paixão por livros - o que ocasionou na criação deste blog, portanto decidimos tornar uma tradição.

Antes de terminar o ano de 2015 paramos um momento pra ver quais nossa metas e desafios pra esse ano.

Vamos às listas:

Livia

O conde de monte cristo - Vi o filme, quero ler ha uns 10 anos e sempre vou deixando de lado... #Meta
Algum da Anne Rice - Como alguém apaixonada por vampiros nunca leu nada dela? Essa vai ser fácil, ganhei vários de aniversário.
Algum do Nick Hornby - É umas das leituras dele que acho que da pra conhecer e a escrita em inglês é bem simples, bom pra treinar.
Caçada ao outubro vermelho - Ouvi falar mto bem de Tom Clancy e tenho esse livro parado ha anos.
Irmãos Karamazóv - Tbm ja ouvi falar mto bem, sou uma fanzinha de russo e cheguei a começar a ler e acabei largando.
Poe - Ando com um gosto mais sóbrio e melancólico. Nada como um pouco de Poe pra voltar ao meu clima Gótica suave.
Os livros que eu ganhei de aniversário (na foto) e...todos os livros parados na minha estante - Sim. Como todo apaixonado por livros, comprei compulsivamente alguns que estão parados: O pálido olho azul, um Asimov q nem eu acredito que ficou tanto tempo lá, duas edições compiladas de Sandman por aí vai...

André

Meta? Minha? Ai Jesuis! 
E sera que eu mantenho o ritmo de leitura que tive nesse fim do ano de 2015?

O que aconteceu nesse fim de ano é que tirei 3 meses "sabaticos", sai do serviço e fiquei contemplando a vida e lendo lendo lendo ... 
E isso com a escolha de bons livros e descobertas de bons autores, rendeu a virada na nossa pequena competição.
O que mudará agora, volto a trabalhar e o tempo pra leitura volta a ficar meio restrito ... 
Mas vamos que vamos. 

A montanha magica - Thomas Mann 
Parte dessa lista terá calhamaços gigantescoenormes, vou aproveitar a lista pra ter uma motivaçao a mais para le-los. 
E no caso de A Montanha Magica eu ja li o inicio, e ele ja me ganhou, sera um dos primeiros do ano. (espero ) 

2666 - Roberto Bolaños
Ja li outros livros do autor, e gostei bastente.
E no caso esse é outro calhamaço, comprado a tempos e juntando pó na estante.

Graça Infinita - David Foster Wallace
Outro calhamaço. 
Vai lista, me ajuda ae. 

A Estrada - Cormac Mccarthy
Pq adoro livros/filmes com essa tematica pós-apocaliptica.
E esse ta em tudo quanto é lista dos melhores livros nessa tematica, então ta mais do que na hora de le-lo. 
E esse é curtinho haha.

Azincourt - Bernard Cornwell 
Desse autor li somente a trilogia do Rei Arthur, um dos meus livros preferidos da vida, então ta na hora de ler mais coisas que ele escreveu.

A Sangue Frio - Truman Capote
Vi o incrivel filme Capote, que conta a história de como esse livro foi escrito, e adorei, mas adorei muito. 
E apesar de extremamente mórbido, tô loco pra le-lo.

Acho que é só isso 

Na realidade tem até livros que eu provavelmente vou ler até antes de alguns da lista, por exemplo mais um do incrivel Murakami, mas a lista é essa, não vou inventar de fazer uma lista maior e me decepcionar lendo só uma pequena parte dela. 


É isso aí!
Ótimo 2016!
Postado por: Livia e André