segunda-feira, 27 de março de 2017

Evangelho de sangue | Clive Barker - Ela




Foto: por @tipocoelhos
Evangelho de sangue
Autor: Clive Barker
Editora: Darkside
Edição: 2016/360p.


Fiquei bastante tempo pensando no que escrever sobre esse livro... tanto que já tem uns meses que li e até agora nada.

Evangelho de sangue é  uma sequência da aclamada noveleta de Clive Barker, Hellraiser.
Fiquei bem empolgada para ler esse livro porque quando terminei Hellraiser (que você pode ler resenha aqui), fiquei meeega empolgada com o universo do Cenobita;

Esse livro é o encontro de dois personagens icônicos de Clive Barker: O cenobita conhecido como Pinhead e o Detetive Harry D’Amour.

Harry D’Amour é um detetive paranormal. A gente conhece um pouco da história dele e de seus métodos de investigação, que conta com tatuagens sobrenaturais e uma amiga que vê espíritos, à lá Woopi Goldberg
Ele é um detetive de meia-idade que, na resolução de um caso, acaba se deparando com algo bem maior do que esperava: a configuração do lamento, a famosa caixinha que quando desvendada, acaba levando para um universo de dor/prazer além do que imagina nossa vã filosofia.
É dessa forma que Harry acaba cruzando com o Cenobita Pihead, que tem uma missão para Harry, que tenta fugir a qualquer custo.
Essa missão nos leva em uma odisséia até o inferno, com cenários grandiosos e bem curiosos.

Mas a verdade é que esse livro deixou MUITO a desejar.
Procurei ler muitas resenhas pra entender o que é que tava acontecendo, se o problema era eu ou tinha algo errado na obra e as opiniões estão beem divididas.

Eu não gostei.
O começo do livro é bem pesado e gore, com o cenobita fazendo um belo de um massacre atrás de informações. Até aí, acredito que o Barker estava sendo fiel ao gênero que se propôs e eu é que tenho estômago fraco. Vi muitos elogios sobre essa introdução e de fato ela cumpriu a missão que tinha: mostrar o quão sádico é o personagem. Ok, posso lidar com isso.
Ainda nesse ritmo impactante, temos a introdução do personagem de Harry de forma igualmente pesada e aqui, ao contrário da cena com o cenobita, não teve muito propósito...
Mas nós continuamos lendo, porque a gente que saber mais sobre o cenobita e o universo...
Esse desejo é apenas parcialmente atendido e então você começa a ficar ansioso: gente, cadê? O que ta acontecendo?

E então... parece que tudo vai por água abaixo.
A narrativa é bem mal estruturada, com cenas desconexas e personagens rasos, previsíveis e beirando até o irritante, com diálogos ridículos em momentos completamente inoportunos.
O cenário consegue salvar um pouco o livro, é imponente, e interessante assim como a  estrutura do inferno e seus habitantes, mas ainda assim...
Você não cria empatia alguma com os personagens, não compra a idéia que o autor está tentando vender e acaba tremendamente decepcionado.



Não posso negar que mais uma vez a Dakside fez um trabalho maravilhoso com essa edição, mas a história de Clive Barker foi uma grandíssima decepção.
Se você for ler... esteja preparado!
Postado por: Livia Amaral