quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

O que os olhos não veem... What happened, Miss Simone? | Documentário Nina Simone - Ela




Conheci Nina Simone em 2009.

Como toda jovem apaixonada, estava na pilha da música Feeling Good do Muse, até que eu descobri que ela era na verdade da Nina.
Veja bem, eu não sou uma grande entendedora de musica. A única coisa que eu sei é o que eu sinto quando ouço algo. O que acontece aqui dentro.
Eu nunca consegui ser obcecada por nenhuma banda, estilo ou técnicas, nunca me rotulei. É claro que tenho uma queda pro bom e velho rock’n’roll, mas de modo geral: Se me faz feliz, eu ouço. E foi  isso o que aconteceu com a Nina.
A levada gostosa do soul/ blues/jazz, a voz forte e as letras – principalmente as letras, me ganharam. (É claro que tem sempre um grande time atrás das letras, mas ta valendo)
Fui percebendo que muitas das coisas que eu gostava era dela – Don’t let me be misunderstood, que eu tanto amava na levada Gypsy do Santa Esmeralda derreteu meu coração na tristeza da Nina. Essa música é a que mais me identifico e a minha preferida, junto com Feeling Good.
Não sou uma conhecedora exímia de toda sua obra e falo isso pra que fique notado que o que eu vou falar aqui – assim como todas as resenhas feitas de livros – é a palavra de uma fã ordinária. Sem críticas profissionais, elaboradas ou  profundas comparações. É o que um expectador comum sente.
Não vou falar sobre quem é a Nina – é pra isso que o documentário foi feito e também pode-se ver no Google. O que vou falar é porque eu recomendo ver o documentário.

Nina, mulher, negra e pobre é a essência das minorias. Pode-se dizer que isso não é “desculpinha” pra nada, e de fato não é, veja bem onde ela chegou. Mas ainda assim, não significa que não tenha passado suas dificuldades.
A gente vê a história de uma pessoa que passou parte da vida isolada, sem saber em lidar com o outro. Uma pessoa que teve alguns de seus sonhos desiludidos, frustrados. Uma pessoa que por um bom tempo na vida não sabia qual era seu lugar no mundo, qual era seu papel. Até que encontrou e viveu aquilo o máximo que pode. O documentário fala sobre uma pessoa que teve tudo e perdeu tudo.  Uma pessoa que não sabia lidar consigo mesma. Que se amava e se odiava. Que lutava contra sua loucura mas ao mesmo tempo fazia sofrer aqueles que amava.

Empatia. Foi isso que senti pela Nina.
Eu demorei MUITO pra ver o documentário porque fiquei com medo de passar a não gostar dela. Mas a verdade é que eu passei de vê-la como uma poderosa diva negra para vê-la como uma mulher comum, com todos os defeitos e qualidades, e isso me deixou ainda mais encantada por ela.
Eu pude me sentir mais próxima dela e perceber que nas nossas loucuras e sofrimentos, não estamos sozinhos.
Cada um tem sua sina e seus momentos.
E é por isso que recomendo ver o documentário. Pra ver o lado humano da coisa toda.
Nem todo mundo é um santo, bem sucedido ou um mártir. Todo mundo tem seus altos e baixos, seus demônio, suas lutas diárias, por menores que sejam.

Quando eu ouço Nina eu me encontro.




Fiquem aí com minha música favorita:

Don't Let Me Be Misunderstood
Nina Simone
 
Baby, you understand me now
If sometimes you see I'm mad
Don't you know no one alive can always be an angel?
When everything goes wrong you see some bad

But I'm just a soul whose intentions are good
Oh, Lord, please, don't let me be misunderstood

You know sometimes baby I'm so carefree
with a joy that's hard to hide
And then sometimes again it seems that all I have is worry
And then you bound to see my other side

But I'm just a soul whose intentions are good
Oh, Lord, please, don't let me be misunderstood

If I seem edgy
I want you to know
I never mean to take it out on you
Life has its problems
and I get more than my share
but that's one thing I never mean to do

'Cause I love you
Oh, baby
I'm just human
Don't you know I have faults like anyone?

Sometimes I find myself alone regretting
some little foolish thing
some simple thing that I've done

'Cause I'm just a soul whose intentions are good
Oh, Lord, please don't let me be misunderstood

I try so hard
So please, don't let me be misunderstood.


Postado por: Livia

Um comentário:

  1. Da até pra chorar com o documentário. Uma história de vida incrível, uma mulher forte, 'rebelde' e que realmente conquistava o coração de todos.
    Vale a pena assistir.

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