Conheci Nina
Simone em 2009.
Como toda jovem
apaixonada, estava na pilha da música Feeling Good do Muse, até que eu descobri
que ela era na verdade da Nina.
Veja bem, eu não
sou uma grande entendedora de musica. A única coisa que eu sei é o que eu sinto
quando ouço algo. O que acontece aqui dentro.
Eu nunca consegui
ser obcecada por nenhuma banda, estilo ou técnicas, nunca me rotulei. É claro
que tenho uma queda pro bom e velho rock’n’roll, mas de modo geral: Se me faz
feliz, eu ouço. E foi isso o que
aconteceu com a Nina.
A levada gostosa
do soul/ blues/jazz, a voz forte e as letras – principalmente as letras, me
ganharam. (É claro que tem sempre um grande time atrás das letras, mas ta
valendo)
Fui percebendo
que muitas das coisas que eu gostava era dela – Don’t let me be misunderstood,
que eu tanto amava na levada Gypsy do Santa Esmeralda derreteu meu coração na
tristeza da Nina. Essa música é a que mais me identifico e a minha preferida,
junto com Feeling Good.
Não sou uma
conhecedora exímia de toda sua obra e falo isso pra que fique notado que o que
eu vou falar aqui – assim como todas as resenhas feitas de livros – é a palavra
de uma fã ordinária. Sem críticas profissionais, elaboradas ou profundas comparações. É o que um expectador
comum sente.
Não vou falar
sobre quem é a Nina – é pra isso que o documentário foi feito e também pode-se
ver no Google. O que vou falar é porque eu recomendo ver o documentário.
Nina, mulher,
negra e pobre é a essência das minorias. Pode-se dizer que isso não é “desculpinha”
pra nada, e de fato não é, veja bem onde ela chegou. Mas ainda assim, não
significa que não tenha passado suas dificuldades.
A gente vê a
história de uma pessoa que passou parte da vida isolada, sem saber em lidar com
o outro. Uma pessoa que teve alguns de seus sonhos desiludidos, frustrados. Uma
pessoa que por um bom tempo na vida não sabia qual era seu lugar no mundo, qual
era seu papel. Até que encontrou e viveu aquilo o máximo que pode. O
documentário fala sobre uma pessoa que teve tudo e perdeu tudo. Uma pessoa que não sabia lidar consigo mesma.
Que se amava e se odiava. Que lutava contra sua loucura mas ao mesmo tempo
fazia sofrer aqueles que amava.
Empatia. Foi isso
que senti pela Nina.
Eu demorei MUITO
pra ver o documentário porque fiquei com medo de passar a não gostar dela. Mas
a verdade é que eu passei de vê-la como uma poderosa diva negra para vê-la como
uma mulher comum, com todos os defeitos e qualidades, e isso me deixou ainda mais
encantada por ela.
Eu pude me sentir
mais próxima dela e perceber que nas nossas loucuras e sofrimentos, não estamos
sozinhos.
Cada um tem sua
sina e seus momentos.
E é por isso que
recomendo ver o documentário. Pra ver o lado humano da coisa toda.
Nem todo mundo é
um santo, bem sucedido ou um mártir. Todo mundo tem seus altos e baixos, seus
demônio, suas lutas diárias, por menores que sejam.
Quando eu ouço
Nina eu me encontro.
Fiquem aí com
minha música favorita:
Don't Let Me Be
Misunderstood
Nina Simone
Baby, you understand me now
If sometimes you see I'm mad
Don't you know no one alive can always be an
angel?
When everything goes wrong you see some bad
But I'm just a soul whose intentions are good
Oh, Lord, please, don't let me be misunderstood
You know sometimes baby I'm so carefree
with a joy that's hard to hide
And then sometimes again it seems that all I have
is worry
And then you bound to see my other side
But I'm just a soul whose intentions are good
Oh, Lord, please, don't let me be misunderstood
If I seem edgy
I want you to know
I never mean to take it out on you
Life has its problems
and I get more than my share
but that's one thing I never mean to do
'Cause I love you
Oh, baby
I'm just human
Don't you know I have faults like anyone?
Sometimes I find myself alone regretting
some little foolish thing
some simple thing that I've done
'Cause I'm just a soul whose intentions are good
Oh, Lord, please don't let me be misunderstood
I try so hard
So please, don't let me be misunderstood.
Versão Nina - https://www.youtube.com/watch?v=9ckv6-yhnIY
Versão Santa
Esmeralda - https://www.youtube.com/watch?v=-hwiCkU73NA
Postado por: Livia
Da até pra chorar com o documentário. Uma história de vida incrível, uma mulher forte, 'rebelde' e que realmente conquistava o coração de todos.
ResponderExcluirVale a pena assistir.